Essa perna manca dá dois pontapés no planeta,
um grito de festejo, uma imensa carambola,
quem de nós se importa?
A amizade nos consola.
Cresce em mim a tua imagem,
de preceito esse respeito imperial,
que intransigente protege a prole,
sob a alçada solene de águia real.
Vives em minha infância,
qual prego cravado no chão,
tua harmónica sempre presente,
a alegria, o conluio, a comunhão.
Entre olhares nos entendíamos,
na nossa exaltada maneira de ser,
por tão ternos nos tomam,
quem realmente nos pôde ver.
Extingue-se o ar, fogem os dias,
o amor não perde acção,
apartam-nos por momentos, efémeros,
findos minutos de tempo vão,
enquanto soletras impenetrável nome,
estaremos novamente em reunião.
Muito do que tenho foi por ti,
Muito do que alcanço é para ti.
Em teu encalço...